oc 12 Doando-se no Natal

02.12  Em ‘O Presente dos Reis Magos’, de Henry King, Jeanne Crain e Farley Granger formam um casal apaixonado que ao chegar o natal desejam presentear o amado. Só que eles esbarram na questão financeira que é superada pelo amor.

The Gift of the Magi (O Presente dos Reis Magos) foi dirigido por Henry King, com roteiro de Walter Bullock. É estrelado por Jeanne Crain e Farley Granger. Recolhido em livro em 1906, é um dos contos mais populares da língua inglesa: não há quem não se emocione com a história desse jovem casal apaixonado, que entrelaça amor e pobreza, destino e acaso na Nova York do começo do século XX. E as belas ilustrações de Odilon Moraes transportam sutilmente o leitor para dentro do apartamento de Della e Jim, palco de quase todos os acontecimentos e coração dessa história de Natal.

Todos sabemos que o que se passa no coração e mente do ser humano é muito maior do que um mero presente de Natal. Mas saber as preferências de quem amamos e demonstrar isso fisicamente é uma arte. E não ter dinheiro para isso é deveras frustrante. O texto de O. Henry brinca justamente com essa tradição natalina de presentear. Sabemos – mas quase nunca lembramos de fato – que, conta-se, quem iniciou este costume foram os Três Reis Magos (daí, o título da obra). E passamos a repetir o gesto não mais em memória deste ato mas sim como uma obrigação de fim de ano – ainda que não o façamos neste intuito.

Della tem pouco dinheiro para comprar um presente a seu esposo. Eles são jovens e moram de aluguel. Terão um jantar humilde mas ela queria lhe fazer uma surpresa. Mal sabia ela que seu marido também pensava igual. E isso torna o texto tão rico pois vemos, à princípio, apenas o ponto de vista da situação dela. Quando Jim aparece na trama, tudo muda. É o ponto de virada.

Este é um daqueles filmes que não são bem compreendidos fora da época mencionada na história. Ou seja, é perfeito pra se ver no Natal. Faz completo sentido estar envolto na aura natalina – assim como em ‘Missa do Galo’, de Machado de Assis – ao ler esta obra. Principalmente hoje em dia em que o verdadeiro amor é subvalorizado e a troca de presentes tornou-se um estranho hábito que perdeu seu significado inicial. Nós nos bastamos e é isso que verdadeiramente importa em qualquer ocasião. O. Henry’s Full House (br/pt: Páginas da Vida) é um antológico filme americano de 1952, do gênero drama, composto por cinco diferentes contos de O. Henry. Lançado pela 20th Century Fox, o filme foi produzido por André Hakim e dirigido por cinco diretores distintos. A trilha sonora foi composta por Alfred Newman, e o filme é narrado pelo autor John Steinbeck, que faz uma rara aparição em câmera para introduzir cada história. O casal é muito pobre e para que possam presentear o outro no Natal tomam atitudes drásticas. Ela, por ter lindos cabelos longos, manda cortá-lo e vende para com o dinheiro comprar uma corrente de ouro para o relógio do marido. Este, não hesita em vender o relógio para dar à amada presilhas para seus cabelos. O.-Henrys-Full-House-1952-Jeanne-Crain-Farley-Granger-pic-11.jpg 

O filme, retrata de maneira amável e surpreendente a essência da virtude da generosidade, que dá do que tem de mais custoso. Entrelaçam-se aqui os temas universais e permanentes do amor e do sacrifício. A nossa época, ao fugir do sacrifício à procura de uma felicidade falsificada, esqueceu já em ampla medida o verdadeiro sentido do amor que faz o outro feliz. _ , e com isso fechou para si mesma a porta que dá para a felicidade verdadeira.



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